Governança corporativa e transição climática: durante a COP30, CFH Brasil e IBGC reforçam o papel decisivo das empresas na agenda do clima

Como alcançar a transição climática em um país que está, ao mesmo tempo, entre os maiores emissores do planeta e entre os mais vulneráveis aos impactos da crise? A resposta passa, necessariamente, pela governança corporativa, amparada por dados baseados na ciência.

No dia 12 de novembro, durante a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima (COP30), o Climate Finance Hub Brasil e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), com apoio da Combio, reuniram especialistas, representantes de empresas e pesquisadores para discutir governança e análises de transição climática no ambiente corporativo.

O encontro ocorreu na Casa ComBio, na Ilha do Combu (Belém – PA), e reuniu equipes do CFH, do IBGC, e da Combio, além de parceiros e amigos das três instituições para uma vivência da cultura amazônica com debate técnico e networking qualificado. 


Governança e transição climática caminham juntas

A governança corporativa está no centro da transição climática, não apenas como diretriz, mas como prática concreta de gestão. Como reforçou Valeria Café na abertura do painel, mais de 80 países já adotam princípios de boa governança que colocam o clima no centro da tomada de decisão.

“As organizações têm um papel decisivo para que a transição climática avance. A implementação das NDCs depende de como as empresas estruturam sua governança para o tema.”  — Valeria Café, IBGC

Segundo ela, integrar a ação climática às métricas de desempenho e aos incentivos da alta liderança é uma condição essencial para alinhar estratégia, risco e ambição climática.

Essa visão dialoga com o trabalho realizado pelo Climate Finance Hub Brasil. Os dados baseados na ciência apresentados pelo Hub são essenciais para alinhar estratégias de gestão global das companhias com a ação climática. 


O painel destacou também os 8 Princípios de Governança Climática, derivados do Fórum Econômico Mundial e disseminados no Brasil pelo IBGC e pelo Chapter Zero Brazil.

ACT: como medir a maturidade da gestão climática das empresas

Durante o painel, Luan Santos apresentou os resultados das avaliações de transição climática conduzidas pelo CFH Brasil para setores intensivos em emissões; e pela prineira vez os resultados prévios das análises do setor de ferro&aço.

As avaliações utilizam metodologias setoriais desenvolvidas pela Iniciativa ACT – Accelerate Carbon Transition, que este ano celebra 10 anos. Entre seus pilares, o Pilar 5 – Gestão e Governança analisa como conselhos e lideranças incorporam o clima em planos de transição, metas de redução, incentivos corporativos e processos decisórios.

“Ainda sequer existe uma definição consolidada do que é transição climática. O CFH é o primeiro piloto, no Brasil, de uma abordagem que futuramente será replicada por hubs em outros países.” — Luan Santos, CFH Brasil

Segundo ele, avaliações transparentes, comparáveis e com histórico evolutivo permitem:

  • entender o grau de maturidade dos setores;
  • orientar políticas públicas;
  • apoiar empresas com benchmarks realistas;
  • gerar dados confiáveis para o setor financeiro alocar capital;
  • reduzir assimetrias de informação sobre riscos climáticos.

Os resultados completos estão disponíveis nos Cadernos Setoriais Elétrico e de Óleo e Gás.

Transição climática: o caminho em três horizontes

O evento ainda reforçou uma estrutura prática para orientar conselhos e lideranças:

Curto prazo – Preparar e alinhar

  • Ajustar governança climática
  • Revisar incentivos
  • Integrar planos de transição
  • Criar estruturas internas de execução

Médio prazo – Executar, divulgar e comprovar

  • Atingir metas
  • Monitorar implementação
  • Integrar decisões de negócio
    Participar de iniciativas setoriais
  • Auditar informações

Longo prazo – Integrar e regenerar

  • Incorporar riscos climáticos
  • Integrar inovação e economia circular
  • Engajar a cadeia de valor
  • Implementar práticas regenerativas

Uma agenda de futuro construída em parceria

O evento simboliza o compromisso conjunto do Climate Finance Hub Brasil e do IBGC com uma agenda de governança climática que seja baseada em dados, orientada por princípios internacionais, adaptada ao contexto brasileiro e capaz de acelerar a transição em setores críticos.

Na Casa ComBio, ao lado de empresas avaliadas, pesquisadores, conselheiros e lideranças de mercado, ficou explícita a mensagem central do encontro:

Não há transição sem governança. E não há governança sólida sem compromisso climático.

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