A transição para uma economia de baixo carbono exige das empresas muito mais do que metas de redução de emissões. É preciso um olhar estratégico que considere governança, investimentos e alinhamento com as demandas climáticas globais. É nesse contexto que a metodologia ACT (Assessing Low-Carbon Transition) se destaca, oferecendo uma avaliação aprofundada e baseada em dados sobre o desempenho climático setorial das empresas.
Uma abordagem além dos números
Diferente de análises que focam apenas em emissões de gases de efeito estufa (GEE), a metodologia ACT combina aspectos quantitativos e qualitativos para entender a real trajetória de descarbonização de uma empresa. O objetivo não é apenas capturar um retrato estático do desempenho atual, mas também avaliar seu histórico e compromissos futuros, criando uma visão integrada da transição climática.
A ACT se baseia em frameworks internacionais reconhecidos, como o CSRD e o Climate Change Disclosure Rules da SEC, garantindo credibilidade e rigor científico à análise. Além disso, a metodologia utiliza exclusivamente dados públicos, extraídos de relatórios de sustentabilidade, CDP, sites institucionais e outras fontes, garantindo transparência e confiabilidade.
Como funciona a metodologia ACT?
O processo de análise da ACT é estruturado em três pilares principais:
- Performance Score – Avalia a performance climática da empresa em relação a nove módulos de indicadores, incluindo metas de redução de emissões, investimentos materiais e intangíveis, modelo de negócios e engajamento com stakeholders. Cada empresa recebe uma nota de 0 a 20, refletindo sua preparação para a economia de baixo carbono.
- Narrative Score – Traz um resumo qualitativo da análise, considerando a coerência e consistência da trajetória climática da empresa.
- Trend Score – Projeta a evolução futura do desempenho da empresa com base nos compromissos assumidos. Essa análise identifica se a empresa está em tendência positiva (+), estável (=) ou negativa (-), indicando sua real ambição de transição.
A metodologia ACT é aplicada de forma setorial, com modelos específicos para indústrias como transporte, cimento, financeiro e óleo & gás. Isso permite uma avaliação personalizada, levando em conta as particularidades de cada segmento na transição para a economia de baixo carbono.
O processo de análise
A aplicação da metodologia ACT segue um fluxo detalhado, que inclui:
- Definição de setores e empresas de interesse: A escolha das empresas analisadas considera critérios como a existência de uma metodologia ACT setorial, representatividade na economia brasileira e disponibilidade de dados de emissões de GEE.
- Coleta e sistematização de dados: São analisados cerca de 200 pontos de dados por empresa, cobrindo 25 indicadores da metodologia ACT. Esse levantamento inicial gera um score preliminar e estrutura a base para a avaliação.
- Engajamento com as empresas: Após a coleta de dados, as empresas são convidadas a validar e complementar as informações, garantindo maior precisão na análise.
- Resultados e insights: A avaliação final é compartilhada com as empresas e encaminhada para plataformas como a Climate Arc, que oferecem uma visualização amigável dos dados.
Crescente demanda do mercado
Nos últimos anos, a adoção da metodologia ACT tem crescido significativamente, impulsionada pela necessidade de comprovar a credibilidade dos planos de transição climática. Investidores, reguladores e consumidores estão cada vez mais atentos às estratégias corporativas para a descarbonização, tornando essa avaliação um diferencial competitivo para as empresas.
Além de fornecer um diagnóstico preciso, a ACT também ajuda as empresas a identificar oportunidades de melhoria e aprimorar suas estratégias climáticas. Afinal, a transição para uma economia de baixo carbono não é apenas uma exigência ambiental – é um fator decisivo para a resiliência e o sucesso no mercado do futuro.