O setor de óleo e gás é um dos pilares da economia brasileira — responsável por 42,5% da oferta interna de energia e cerca de 10% do PIB industrial. Porém, ele é também um dos maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) do país. A transição climática do setor de óleo e gás é, portanto, essencial para que o Brasil avance rumo a uma economia de baixo carbono.
Desenvolvido pelo Climate Finance Hub Brasil (CFH Brasil), o novo Caderno Setorial de Óleo e Gás apresenta o diagnóstico mais completo já feito sobre a maturidade da transição climática no setor.
Análise com base na metodologia ACT
A avaliação foi feita com a metodologia internacional ACT (Accelerate Climate Transition), adaptada ao contexto nacional, e considera metas, investimentos, desempenho e governança climática das empresas. Essa metodologia mede o grau de alinhamento das companhias à economia de baixo carbono, analisando do histórico ao planejamento futuro — e avaliando a coerência entre o discurso e a prática.
Empresas analisadas e resultados
Foram avaliadas 15 empresas que representam quase 90% da produção nacional: Bahiagás, Copa Energia, Comgás, Compagás, Enauta, Grupo Potencial, Ipiranga, Petrobras, PetroRecôncavo, Prio, Naturgy, Necta, Sulgás, Ultragaz e Vibra.
O setor obteve nota média de 2,7 (D-) em uma escala de 0 a 20 (“A+”), indicando baixa maturidade e tendência negativa. Nenhuma empresa brasileira alcançou as classificações “A” ou “B”. As principais lacunas estão na ausência de metas robustas, planos de transição integrados e transparência sobre investimentos em P&D e tecnologias de baixo carbono.
Descarbonização e desafios do setor
De acordo com o estudo, “as baixas pontuações obtidas pelas empresas do setor refletem a ausência de metas climáticas robustas e abrangentes, a falta de planos de transição estruturados e integrados à estratégia corporativa, o predomínio de iniciativas pontuais voltadas à eficiência operacional, e a escassa diversificação do portfólio para alternativas de baixo carbono. As iniciativas em curso apresentam amplitude limitada e concentram-se, em grande medida, na eficiência operacional.”
A transição climática do setor de óleo e gás, logo, exige maior investimento em inovação, diversificação do portfólio e governança climática sólida para enfrentar riscos crescentes e atender às metas do Acordo de Paris.
Por que baixar este material
O Caderno Setorial – Avaliação da Maturidade da Transição Climática de Empresas do Setor de Óleo e Gás reúne dados inéditos e análises comparáveis internacionalmente. É uma leitura essencial para:
- Empresas, que podem identificar lacunas e oportunidades de melhoria;
- Investidores e setor financeiro, que precisam compreender riscos de transição;
- Gestores públicos e pesquisadores, que buscam embasamento técnico para políticas e estudos.